1 de abril de 2013

ANAVILHANAS - AMAZONIA

ANAVILHANAS – AMAZON


por Renata Gualberto, colaboradora Vai Na Minha
By Renata Gualberto, Vai Na Minha collaborator

Depois que vi umas fotos de um amigo no Instagram sobre Anavilhanas, resolvi que esse seria meu próximo destino.
Anavilhanas é um dos maiores arquipélagos fluviais do mundo, com mais de 400 ilhas e 350 mil hectares de área. Situa-se no Rio Negro, 180 km de Manaus por estrada e 35 minutos de hidroavião.

Pegamos um avião de São Paulo direto para Manaus, e ficamos por uma noite no Caeser Business Manaus. No dia seguinte cedo fomos para o Hotel Tropical, de onde sai o hidroavião para o hotel em Anavilhanas. A vôo foi incrível e dá para ver grande parte do arquipélago! 


Since I’ve seen a few pictures taken in Anavilhanas a friend of mine put on Instagram, I knew that would be my next destination. 
Anavilhanas is one of the largest fluvial archipelagos in the world, with over 400 islands and an area of 350 thousand hectares. It’s situated in the Rio Negro (Black River), 180 km away from Manaus by road and 35 minutes by hydroplane. 

We flew from São Paulo straight to Manaus, where we spent the night at the Caesar Business Manaus. Early the next day we went to Hotel Tropical, where the hydroplane leaves to the hotel in Anavilhanas. The flight is amazing: from the air it is possible to see a great part of the archipelago!





Pousamos no Anavilhanas Jungle Lodge, às margens do Rio Negro onde ficamos por 4 dias e 3 noites. Na chegada fomos recebidos com suco de cupuaçu e acerola, num ambiente rústico e super charmoso.
A equipe é o ponto alto desse hotel, principalmente os guias, que explicam pacientemente tudo sobre a mata e como os habitantes locais utilizam cada pedacinho dela. Eles são locais e bilíngues  o que é imprescindível, porque 80% da ocupação do hotel é de estrangeiros. 
Alguns deles são da Guiana Inglesa na divisa com Roraima, outros aprenderam inglês trabalhando com os turistas e outros com missionários americanos. Muito interessante ouvir suas histórias, de como resolveram trabalhar com turismo, de onde vieram, sobre a família etc. Aqui vale um relato engraçado: no nosso primeiro passeio, o guia perguntou se nós falávamos inglês ou se precisávamos de tradução – uma vez que éramos os únicos brasileiros no barco - e lá fomos nós ouvindo sobre igapós, pirarucus, tucunarés, seringueiras, tudo em outra língua.


We landed at the Anavilhanas Jungle Lodge, on the banks of the Black River, where we stayed for 4 days and 3 nights. We were greeted on arrival with acerola and cupuassu juice, in rustic and extremely charming accommodations. 
The staff is one of the hotel’s highlights, specially the guides, who patiently explain everything about the jungle and how the locals make good use of everything in it. They’re all local and bilingual, which is essential, since 80% of the hotel’s guests are foreign. A few of the guides are from the English Guianas, across the border with Roraima, others learned English as they worked with the tourists, and another few learned it with American missionaries. It is very interesting to listen to their stories, find out how they decided to work in the tourism business, where they came from, their family etc. A funny anecdote: during our first ride in the jungle, a guide asked us if we spoke English or would require a translator – since we were the only Brazilians in the boat – and therefore we went on to learn about igapós, arapaimas, tucunarés, rubber trees etc. in a foreign language.


nosso quarto
our apartment

Dependendo do número de dias da sua estadia, você recebe a programação para aquele período, com saídas pela manhã e à tarde. Fica aqui uma critica para a inflexibilidade de troca de passeios (por questão de logística segundo o hotel), e para a comida que fica muito aquém do que o hotel pode e deve oferecer. Com exceção do café da manhã, as refeições são muito fracas. Para os estrangeiros que não conhecem a culinária nacional pode até ser interessante por ser diferente, mas para quem conhece, não é de todo ruim mas deixa a desejar. 
O hotel, que existe há 7 anos, possui 20 apartamentos, sendo 16 chalés e 4 bangalôs. Ficamos num bangalô, suspenso em palafita, com paredes de vidro, dentro da mata – muito charmoso e confortável.
As áreas sociais também são super agradáveis, a piscina com vista para o rio, o redário, o lounge, o flutuante e até um mirante são ótimas para serem usadas depois dos passeios que tem uma duração de 1 hora e meia no máximo.


The guests are given a schedule of available activities according to the days they will be remaining in the lodge, with rides leaving in the morning and in the afternoon. This is a good point to complain about how inflexible they are about changing rides (due to logistics, according to the hotel managers) and about the food, which is far from the standards a hotel such as this can and should offer. All the meals but the breakfast are very unsatisfactory. They might even be interesting to the foreigners who don’t know the local cuisine because they feel exotic, but for those who know it, even though it’s not all that bad, it is far from good. 
The hotel was established there 7 years ago, providing 20 apartments, 16 of which are cottages and the other 4 are bungalows. We stayed in a bungalow, raised from the ground on logs, with glass walls, surrounded by the jungle – very charming and comfortable.
The common areas are also extremely inviting: the swimming pool with a view of the river, the hammock ground, the lounge and even the observation deck are all great points to be enjoyed after each ride, which last one hour and a half at the most.







Leandro nasceu numa tribo em Roraima, divisa com a Guiana Inglesa e foi alfabetizado lá, fala fluentemente inglês, português e macuxi. O pai dele, que era o cacique da tribo, lhe deu o nome de Owen McDonald e jurava que ele era descendente de escocês, mas ele nunca acreditou. Mais tarde foi na FUNAI e pediu para mudar de nome. O registro no Brasil então ficou Leandro Enio de Souza.
Leandro was born in a tribe in Roraima, on the border with the English Guianas, where he was educated. He speaks English, Portuguese and Macuxi fluently. His father, the tribe’s chief, named him Owen McDonald and swore he was of Scottish descent, but Leandro never believed it. When he was old enough he went to FUNAI and asked to have his name changed. Therefore his Brazilian ID displays the name Leandro Enio de Souza.


Como o Rio Negro tem um pH muito ácido, quase não tem mosquitos. Levei um repelente, que foi útil quando fizemos a trilha na mata, mas no hotel, praticamente não usamos. Não é necessária vacina contra febre amarela.
Começamos nossa “aventura” com um tour de reconhecimento pelo arquipélago de Anavilhanas. Um barco te leva por canais, lagos, por entre as ilhas e dentro delas, o que é chamado de igapó (floresta inundada). As árvores imensas são adaptadas para ficarem muito tempo dentro d'água.


The Black River has a very acidic pH, so there are practically no mosquitoes around. I took some repellent with me, which was useful when we walked through the jungle, but there was no need to use it while in the hotel. There’s also no need to be vaccinated against yellow fever. 
We started our adventure with a reconnaissance tour around the Anavilhanas archipelago. A boat takes you through canals, lakes, in between islands and inside a few of them, through what is called igapó (flooded forests). Those immense trees have adapted to survive long periods inside the water.

Essa é uma arvore imensa, que está adaptada a ficar submersa por mais ou menos 6 meses. Essa raiz que parece uma saia é chamada de sapopema.
This is an immense tree, adapted to remain underwater for up to six months. This kind of root that looks like a skirt is called sapopema.

A época das chuvas é de dezembro a maio , mas nada que atrapalhe. Chove por um período curto e logo depois o tempo abre de novo. Nesta época a temperatura é mais amena e é possível navegar por dentro das ilhas. Já na época de seca de julho a novembro, formam-se praias ao longo do arquipélago.Chove menos, mas o calor é bem maior.


The rain season goes from December to May, but it is no impediment. It rains for a short while, then the weather clears again. During this period the temperatures are lower and it is possible to ride a boat inside the islands. During the dry season, from July to November, beaches are revealed through all of the archipelago. It rains less, but the heat is a lot greater.

Com Raimundo, procurando jacaré!
Looking for alligators with Raimundo!

No dia seguinte pela manhã, fizemos um trilha na mata. O guia local nos mostrou todo seu conhecimento sobre a fauna e a flora. Muito interessante! Eu comi uma larva do babaçu. Com gosto de coco ! Muito bom, proteína pura. Não tenho foto mas tenho testemunhas...


On the next morning we walked a trail through the jungle. The guide could show us all of his knowledge about fauna and flora. It is all so interesting! I ate a babassu larva. Tastes like coconut! It is great, pure protein. I have no pictures, but I do have witnesses…

Ela estava dentro do buraco, e o guia pegou uma vareta e a fez sair! Linda e enorme
It was inside a hole, the guide poked in with a stick and made it come out! Beautiful and huge

Esse é o guia local Roberlam, que nos levou na trilha na mata.
Na árvore um formigueiro, os índios colocam as mãos nele, esperam que as formigas subam e esfregam para repelir insetos
This is Roberlam, a local guide, who took us to the trails through the jungle. There’s an anthill hanging from the tree, the native Indians touch it with their hands, wait until the ants crawl up their arms, and then rub them on their body to repel insects

Aqui ele mostra como trançar folha de palmeira, para fazer adornos, cestas e até telhado das casas.
O que estou usando na cabeça , ele tinha acabado de fazer.

Here, a demonstration of how to weave palm tree leaves to make ornaments, baskets and even rooftops. He had just woven the band I have on my head.

Família de Bicho-Pau, mãe e dois filhotes
A stickbug family, mother and two offspring

Depois do almoço fomos de barco até Novo Airão, cidade ribeirinha, cujo maior atrativo é visitação aos botos cor-de-rosa. Na verdade eu achei uma judiação, os bichos dependem da boa vontade humana para alimentá-los. De hora em hora eles recebem peixes na boca, o que os tornou obesos e incapazes de pescar por conta própria É possível descer uma escada apertada e tocá-los.
Eu que amo ver os bichos em seu habitat natural, sem intervenção do homem, fiquei encantada quando vimos botos nadando no rio, perto do barco, e isso sim vale a pena!


After lunch we took a boat to Novo Airão, a riverside town that has on the visiting river dolphins its main attraction. I actually thought it was mean to them, as they depend on the humans feeding them to survive. They are fed fish every hour, which has made them obese and incapable of hunting for themselves. It is possible to go down a narrow staircase to touch them. 
I love to see the animals in their natural habitat, with no human interference, I was delighted to see the dolphins swimming down the river, close to the boat. That’s an spectacle worth watching!


boto cor de rosa
River dolphin

Também em Novo Airão, visitamos a Fundação Almerinda Malaquias, uma organização não governamental sem fins lucrativos, que visa promover a formação profissional de jovens carentes através do artesanato local.
À noite, saímos novamente de barco, após o jantar, a procura de preguiças, jacarés, cobras, pássaros! Experiencia mágica, principalmente quando ficamos alguns minutos, com o motor do barco desligado, ouvindo os sons da natureza!


Still in Novo Airão we visited the Almerinda Malaquias Foundation, a no-profit non-governmental organization that promotes the professionalization of poor local youngsters teaching them the local handicrafts. 
At night we went off on a boat again, after dinner, to search for sloths, alligators, snakes and birds! It’s a magical experience, specially when we remained still for a few minutes, with the boat’s engine off, just listening to the sounds of nature!







Mais uma atividade maravilhosa foi a remada em canoas caboclas de madeira, por entre as árvores dos igapós.

Another wonderful activity was to row on wooden canoes among the igapó trees.


Canoas caboclas de madeira
Wooden canoes

remando pelos Igapós
Rowing through the igapós

Para fechar com chave de outro, no dia da nossa volta, acordamos às 5 da manhã para ver o nascer do sol.

To finish it off splendidly, on the way we were to return, we woke up at 5 in the morning to watch the sun rise.


Ultimo dia! Nascer do sol em Anavilhanas!
Last day! The sun rises over Anavilhanas!

Encontro das águas - Rio Negro e Solimões
Joining waters, Black River and Solimões River

Como nosso vôo para São Paulo era no final do dia , aproveitamos para fazer um passeio de barco para ver o encontro da águas em Manaus. Vale muito a pena! Um dos guias do próprio hotel nos recomendou e encontrou conosco no pier onde pousamos com o hidroavião. O Rio Solimões se encontra com o Rio Negro e não se misturam. É impressionante tocar a água e sentir a diferença de temperatura. Vimos também vitória-régia e uma comunidade flutuante, no Lago do Catalão

Since our flight back to São Paulo was scheduled to the end of the day, we took this opportunity to make a boat ride and see the point where the rivers meet in Manaus. It is totally worth it! One of the hotel’s own guides recommended it and met us in the pier where we had landed in the hydroplane. The Solimões River joins the Black River, but their waters don’t mix. It’s amazing to touch the waters and feel the temperature differences. We also got to see the lilypads and a floating community on Catalão Lake.

Vitoria Regia - Igarapes, Rio Negro, Manaus
Lilipads, Igarapes, Black River, Manaus

Casas flutuantes - Lago do Catalão, Manaus
Floating houses, Catalão Lake, Manaus

Saímos de São Paulo quarta à noite, dia 27/03 e voltamos sábado. Foi suficiente. Inclusive repetimos o passeio de barco pelas ilhas, porque não quisemos pescar piranhas, que era outra atividade sugerida. 

Fizemos todas as reservas on line, diretamente. 


O que levar: Mochila pequena, tenis para caminhar, chinelo, maiô, repelente, bone, capa de chuva (anorak), camisetas, shorts, calça para caminhar na mata, filtro solar e máquina fotográfica. 



Melhor época para ir: não há, você sempre vai se divertir e aprender.

Restaurante: Banzeiro em Manaus, comida regional maravilhosa!

O hotel possui wi-fi no lounge, suficiente para ver emails e bem lenta. Como está situado no meio da mata, já é impressionante a possibilidade de acessar a rede! Aproveite para se desconectar e relaxar! 

Boa viagem 

Renata Gualberto - colaborador VAI NA MINHA

We left São Paulo Wednesday night, on March 27th, and returned next Saturday. Plenty of time. We even had time to do the boat ride through the islands again, because we did not feel like fishing piranas, another of the suggested activities. 
We made all of the reservations ourselves, online. 

What to bring along: small backpack, walking shoes, sandals, bathing suits, insect repellent, cap, rain gear (anorak), t-shirts, shorts, pants to walk through the jungle, sunscreen and camera. 

Best period to go: no such a thing, you’ll have fun and learn a lot no matter when you visit. 

Restaurant: Banzeiro in Manaus, wonderful local cuisine! 

The hotel offers wi-fi in the lounge, with a very slow connection, enough to just check e-mails. But since it is in the middle of the jungle, it is surprising they have any connection at all! Take this chance to unplug and relax! 

Have a nice trip 

Renata Gualberto – VAI NA MINHA collaborator


4 comentários:

  1. Hi there,

    Seem like you love traveling. Just wanted to suggest you should visit Bhutan. Its very beautiful and a trip of a life time. Its also listed as one of the top travel destination by NYtimes. If you have any queries email me at dema6004@gmail.com

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    1. YES! I'm going to Bhutan in october!!! I will talk to you about that I would like to hear all your suggestions!

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  2. Anônimo3/8/13 14:44

    Olá Renata, estive a alguns dias DE JULHO no Anavilhanas Jungle Lodge COM minha familia e TUDO que VOCÊ narrou com exatidão ,EU VI E VIVENCIEI : O PRAZER DOS PASSEIOS COM amigos e guias do hotel. As maravilhosas refeições regionais ( peixes,frutas e doces) ao pessoal da administração e a todos que nos atenderem por cinco dias fenomenais! passeamos com o boto vermelho ou cor-de-rosa em NOVO AIRÃO, FIZEMOS A FOCAGEM NOTURNA COM OS GUIAS CHICO E RAIMUNDO OS PASSEIOS COM CANOAS PELO IGAPÓS O PASSEIO EM TERRA FIRME COM HELINHO E O RECONHECIMENTO DAS ILHAS ACOMPANHADOS PELO GUIA LEANDRO MACUXI QUE NOS CONTOU SUA ESTORIA DE CORAGEM E SABEDORIA ENTRE OUTRAS ATIVIDADES. Me deparei com seu blog atraente APÓS meu passeio de férias. MAS se autorizada, posso recomendar para sugestão de passeios a brasileiros e estrangeiros. UM GRANDE ABRAÇO. ALLISON,ATLAS E LEONARDO DO RIO DE JANEIRO

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    1. Oi Allison, Atlas e Leonardo, adorei seus comentários e que curtiram da mesma forma que eu. Recomendem para quem quiser, ficarei feliz, abraço Renata.

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