14 de fevereiro de 2013

SÃO PAULO - Brasil Open


De 9 a 17 de fevereiro vamos acompanhar o Brasil Open no ginásio do Ibirapuera em SP. Mais precisamente vamos acompanhar os jogadores brasileiros. Apenas 2 deles Thomaz Bellucci e Ricardo Mello entraram direto nas chaves compostas de 28 jogadores, pois para isso o jogador tinha que ter ranking abaixo de 86. O Ricardo entrou com convite, pois seria seu último torneio como profissional. Todos os demais tiveram que participar do Qualifying, um pré torneio onde o jogador tem que passar 3 rodadas para poder disputar o terneio e mesmo assim tem que ter ranking abaixo de 260. Não é pouca coisa passar um Quali.
Foi um carnaval de muitas emoções para estes atletas, seus técnicos e familiares. Mas como me disse um técnico hoje, faz parte da vida de um tenista, eles tem que saber a não se deixar levar pelo êxtase da vitória ou a depressão da derrota, pois a vida deles será cheia disso o tempo todo e sem tempo para recuperação. Você ganha um jogão hoje e perde amanhã, ou o contrário. Se a pessoa ficar indo de um lado emocional a outro vai estar exausta em 3 meses.

sala dos jogadores, é aí que eles passam grande parte da vida, não importa em que país

Um exemplo foi o Argentino Martin Alund. Ele perdeu o Qualifying na última rodada, em seguida ganhou a vaga na chave principal por causa da desistência de Leonardo Mayer, mas tinha que jogar horas depois com o Brasileiro Ricardo Mello. Ele nem teve tempo de comemorar e já pegou uma bucha, mas mesmo assim ganhou o jogo.

O estreante Pedro Zerbini, fez um lindo jogo contra o alemão Julian Reister, mas ainda não deu, perdeu por 2 sets a 1, parciais de 6/7, 6/4 e 6/4. Hoje, dias depois, ganhou na dupla com Marcelo Demoliner, passando para a segunda rodada.

Pedro, iniciou sendo tendo seu saque quebrado e acabou ganhando o 1º set. 


aqui ele já devolveu a quebra


Outro jogo doído foi o de Clezar e Thomaz. Clezar, feliz de passar o quali, já recebe a notícia que sua primeira partida no torneio será contra o companheiro de equipe de Copa Davis, o número 1 do Brasil, Thomaz. Milhões de vezes jogaram juntos, treinaram juntos, Clezar iniciante e Thomaz de titular em Copa Davis. Alguém pode imaginar o que passa na cabeça desses dois antes desse jogo? E foi assim que Clezar fez bonito, mas o Thomaz como seria o normal, levou a vitória no terceiro set. Dia seguinte já tem jogo de dupla. 
O brasileiro João Souza, também passou o qualifying, ganhou a primeira rodada do torneio, jogando e vencendo apenas o 1º set, pois o adversário se contundiu, mas já pegou Rafael Nadal na segunda rodada! Não dá para relaxar né....

Clezar na luta para entrar no torneio 
Campozano também

João Zwetsch, capitão Copa Davis, técnico Clezar , um sábio

É, a vida deles é assim, tem que amar o que faz, tem que querer muito essa vida, tem que amadurecer e aprender a lidar com essas situações. Se na vida a gente demora 10 anos para crescer, eles tem que fazer isso em 2, senão perdem o timing. 
O querer fazer, querer ganhar, o gostar do que faz, é que vão levar o atleta ao limite, e a superar os limites, seja no treino ou no jogo. E é esse esforço, mental e corporal, essa consciência de que deu o sangue e mais um pouco, é que vai fazer a diferença na hora do jogo. O cara que deu tudo se sente merecedor da vitória e vai lutar por ela até o fim, vai querer pegar o que é dele. Nesse nível de competição, se houver um vascilo, uma mínima dúvida na mente ou na vontade já era. O outro passa por cima. Essas são convicções e reflexões de quem está nessa luta há anos, de quem já viveu isso na pele.


o trio João, Paulo (fisioterapeuta Clezar) Eduardo Faria (preparador físico P Zerbini), equipe Copa Davis
aqui no sofrimento do dia a dia
equipe Clezar no jogo contra Thomaz
equipe Thomaz , acima do placar
na luta, cabeça em foco, ganhou 1º set no tiebreak

na troca de lado não tem olho no olho

tudo empatado no 3º set 1 x 1
tudo empatado no 3º set 5 x 5
Momentos finais! dramáticos, fotógrafos esperando o furo!
Mas tudo foi como tinha que ser, Thomaz ganhou a partida.

E aí chegou a estrela - Rafael Nadal, o cara que não tem tempo feio, que ama o que faz e que tem aos 26 anos a maturidade que muitos não vão ter nunca.




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